Análise: vitória do Palmeiras é filme repetido para o rival, mas episódio novo para Mano
Temporada pode terminar melhor para o técnico, que ainda persegue a liderança do Brasileirão
Por Tossiro Neto — São Paulo
O filme de quarta-feira foi o mesmo de sempre. No nono jogo contra o São Paulo desde que o estádio alviverde foi reinaugurado, pela oitava vez o que se viu no final foi um massacre do Palmeiras. Um 3 a 0 que, sem exagero, ficou barato. Agora são oito vitórias na arena, além de um empate.
O time de Mano Menezes fez passar na cabeça do são-paulino o mesmo filme de terror que outros treinadores e jogadores do Palmeiras já vinham exibindo desde 2015.
Um susto atrás do outro, a equipe de Fernando Diniz ia se defendendo como dava. E quase não dava, porque os donos da casa a encurralavam. Quando perdiam a bola, a tomavam de volta rapidamente.
Aos 11 minutos, num rebote após forte chute de Deyverson, o capitão Bruno Henrique cabeceou para abrir a contagem. Dentro de um enredo natural, o gol precoce levou o Palmeiras a ser mais calculista, a jogar à base de contragolpes. Muitos contragolpes, embora nem todos certeiros.
Tiago Volpi, goleiro do São Paulo, evitou dois gols. Um de Deyverson, outro de Dudu. Mas, num escanteio, veio o segundo golpe ainda no primeiro tempo. Felipe Melo subiu de cabeça, aumentou a vantagem e freou de vez qualquer reação são-paulina antes do intervalo.
O terceiro e último gol saiu na etapa final. Em um contra-ataque, como era de se esperar pelo roteiro dado. Um contra-ataque perfeito: Weverton entregou com as mãos a bola para Zé Rafael, que aplicou um drible no meio-campo e a passou para Gustavo Scarpa marcar.
Se para o São Paulo a noite de quarta-feira foi um Halloween antecipado, para o palmeirense fica uma pontinha de esperança de uma temporada ao menos mais romântica entre time e torcida, que até "olé" gritou no clássico.
Restando nove rodadas no Campeonato Brasileiro, essa foi a melhor atuação do Palmeiras sob comando de Mano Menezes, que passou bem por seu segundo grande teste, depois de ter perdido o clássico para o Santos, na Vila Belmiro.
A distância para o Flamengo ainda é grande, mesmo que o líder da competição perca nesta quinta-feira. Mas está provado que os próximos episódios podem ser tão bons quanto o último.