Atlético-PR e Fluminense fazem confronto entre as melhores campanhas da Sul-Americana
Equipes brasileiras brigam por vaga na final da Sul-Americana e também para demonstrar que Flu tem pequena vantagem em vitórias, e Furacão é artilheiro
Atlético-PR e Fluminense se enfrentam nesta quarta-feira, às 21h45, na Arena da Baixada, pelo jogo de ida da semifinal da Copa Sul-Americana e colocam em choque as melhores campanhas da competição. Os times brasileiros têm o mesmo número de vitórias, mas a equipe carioca leva vantagem por ter perdido apenas uma vez, enquanto o clube paranaense tem duas derrotas.
Os números dos semifinalistas brasileiros são bem parecidos. O Tricolor sai na frente até aqui, mas por muito pouco. Em oito partidas, foram seis vitórias, um empate e uma derrota. O Furacão, por outro lado, tem as mesmas seis vitórias e duas derrotas.
Na defesa e no ataque, os clubes também tiveram desempenhos semelhantes. O time carioca marcou 12 vezes e sofreu três gols (saldo 9), com a melhor defesa entre os semifinalistas, enquanto o time rubro-negro balançou as redes em 15 oportunidades, tendo o melhor ataque do torneio, com cinco gols sofridos (saldo 10). Nikão e Pablo, com três gols, e Digão, Gum e Pedro (lesionado), com dois, são os principais marcadores de cada time.
Times tiveram grandes momentos na Sul-Americana
Pablo é o artilheiro do Atlético-PR também na Sul-Americana, com três gols — Foto: CARLA LARINI/O FOTOGRÁFICO/ESTADÃO CONTEÚDO
A trajetória de cada um até a semifinal passa por momentos marcantes.O Fluminense, na primeira fase contra o Nacional Potosí, da Bolívia, saiu com boa vantagem de 3 a 0, mas quase se complicou na partida de volta ao sofrer sua única derrota no torneio, por 2 a 0, e com bastante sofrimento até o apito final. Após duas classificações tranquilas diante de Defensor e Deportivo Cuenca, com quatro vitórias, o time voltou a ter trabalho nas quartas de final frente ao Nacional, do Uruguai, carimbando a passagem de fase com vitória heróica fora de casa por 1 a 0 após tropeçar por 1 a 1 no Nilton Santos.
O Atlético-PR, diante de Newell's Old Boys, da Argentina, e Peñarol, do Uruguai, com vitórias e atuações brilhantes, foram os pontos altos dentro da Sul-Americana. O time paranaense fez 3 a 0 na equipe argentina em casa e goleou o tradicional clube uruguaio por 4 a 1 fora de casa. Nas quartas de final, entretanto, também teve sufoco. O Furacão passou pelo Bahia com desempenhos irregulares, vencendo por 1 a 0 na Arena Fonte Nova e perdendo por 1 a 0 na Baixada, e classificado nos pênaltis por 4 a 1. No total, a equipe baiana teve três gols anulados, dois com auxílio do VAR, em Salvador, e um por falta duvidosa antes do gol, quando as partidas estavam 0 a 0.
Outra curiosidade é de que ambos começaram com um técnico e terminarão com outro. Abel Braga saiu para a vinda de Marcelo Oliveira no Flu. Fernando Diniz caiu para a entrada de Tiago Nunes, então treinador dos aspirantes do Rubro-Negro.
Times nunca levaram a taça: Flu foi mais longe
Furacão e Tricolor possuem sete participações na Sul-Americana. A melhor campanha atleticana foi em 2006, quando também chegou à semifinal, mas foi eliminado pelo Pachuca, do México, com derrotas por 1 a 0 na Baixada e 4 a 1 no estádio Hidalgo.
O Fluminense foi finalista em 2009, mas ficou com vice-campeonato contra o carrasco LDU, do Equador, ao ser derrotado por 5 a 1 no estádio Casablanca e vencer por 3 a 0 no Maracanã. O time equatoriano também tinha ficado com o título contra a equipe brasileira em 2007, pela Taça Libertadores.
Confira um resumo das campanhas de Atlético-PR e Fluminense na Sul-Americana de 2018
Fluminense
Fluminense 3x0 Nacional Potosí (Primeira fase)
O Fluminense demorou, mas conseguiu engrenar em sua estreia pela Copa Sul-Americana. Depois de ter muitas dificuldades para furar o bloqueio do Nacional Potosí no primeiro tempo, o Tricolor encontrou o caminho para a vitória na etapa final: a bola aérea. Em três cruzamentos de Sornoza, com participação de Renato Chaves, o Flu chegou aos gols com Pablo Dyego, Gum e Pedro (de pênalti).
Nacional Potosí 2x0 Fluminense (Primeira fase)
Na altitude de quatro mil metros, onde nenhum jogador conseguiu se manter bem fisicamente nos 90 minutos acima do nível do mar, o aguerrido time de Abel Braga levou dois gols no início da segunda etapa e segurou a pressão para passar de fase. Ao apito final, os atletas do Tricolor se jogaram no chão, extenuados pela entrega em campo.
Fluminense 2x0 Defensor (Segunda fase)
O Fluminense pressionou do começo ao fim. O 0 a 0 parecia certo. Até que um herói improvável e um lance com gol olímpico mudassem um complicado - e catimbado - jogo contra o Defensor. Na centésima partida com a camisa tricolor, o zagueiro Digão abriu placar, aos 41 minutos do segundo tempo, e Sornoza fechou o 2 a 0, seis mais tarde, ao cobrar escanteio e surpreender o goleiro Reyes.
Defensor 0x1 Fluminense (Segunda fase)
De volta ao 3-5-2, a tática deu certo e o Tricolor conseguiu anular o time uruguaio que pouco ofereceu perigo. Com os donos da casa apáticos, o Fluminense foi quem teve as melhores chances no primeiro tempo e conseguiu matar o jogo no segundo, com belo gol de Pedro.
Deportivo Cuenca 0x2 Fluminense (Oitavas de final)
O Fluminense teve fôlego para superar a altitude de 2.850 metros de Quito e qualidade para segurar a pressão do Deportivo Cuenca. No Estádio Rodrigo Paz Delgado (Casa Blanca), da LDU, o Tricolor venceu por 2 a 0, gols de Everaldo e Luciano, e encaminhou a vaga.
Fluminense 2x0 Deportivo Cuenca (Oitavas de final)
Sem fazer esforço, o Fluminense repetiu o placar conquistado no Equador e venceu o Deportivo Cuenca por 2 a 0, com quase 40 mil tricolores no Maracanã. Digão, no primeiro tempo, e Richard, na etapa complementar, marcaram os gols da tranquila vitória
Fluminense 1x1 Nacional (Quartas de final)
Bom público, noite chuvosa e o árbitro de vídeo. Melhor ao Nacional-URU que, no Nilton Santos, buscou o empate em 1 a 1 aos 42 minutos do segundo tempo e saiu em pequena vantagem no confronto. Gum havia aberto o placar, em lance com intervenção do VAR. No fim, Zunino cabeceou entre Richard e Digão após cobrança de escanteio e igualou tudo.
Nacional 0x1 Fluminense (Quartas de final)
Com grande atuação coletiva e o famoso espírito guerreiro, o Fluminense venceu o Nacional por 1 a 0, calou a torcida uruguaia no histórico estádio Parque Central, e conquistou a vaga nas semifinais da competição. Luciano marcou o gol da classificação aos 3 minutos do 2º tempo e pouco sofreu, podendo até ter tido uma vitória mais tranquila.
Atlético-PR
Atlético-PR 3x0 Newell's Old Boys (Primeira fase)
Em ritmo de treino, o Furacão passeou e poderia ter ganho de mais na estreia da competição. O primeiro tempo foi de total domínio, e a equipe abriu o placar logo aos oito minutos com Pablo. Nikão e Guilherme completaram o placar e ditaram o ritmo do jogo diante de um time argentino sem reação. O segundo tempo foi de manutenção do controle sem tanta intensidade pelo Atlético-PR, perdendo muitos gols, mas que já se dava por satisfeito e com grande vantagem para o jogo de volta.
Newell's Old Boys 2x1 Atlético-PR (Primeira fase)
Não foi aquela tranquilidade do primeiro jogo, mas o Atlético-PR saiu com a classificação de Rosário, na Argentina. O jogo tinha o placar de 2 a 0 para o time argentino até os 40 minutos do segundo tempo, quando Nikão fez o gol do alívio e que reforçou a classificação. Com os 3 a 0 do primeiro jogo, e gol qualificado fora de casa, o Newell's teria pouco mais de cinco minutos para fazer três gols. Não foi possível, mas a equipe argentina lutou até o apito final.
Atlético-PR 2x0 Peñarol (Segunda fase)
Foi difícil, mas o Atlético-PR mostrou sua força e raça para bater o Peñarol por 2 a 0, atuando por algum tempo com um a menos e após perder um pênalti no início do jogo. Os gols de Cirino (ainda em desvantagem numérica e em lambança da zaga adversária) e Pablo deram a boa vantagem para o jogo da volta.
Peñarol 1x4 Atlético-PR (Segunda fase)
A mística do futebol uruguaio, da força em casa mesmo em momentos complicados, foi sendo destruída aos poucos na goleada de 4 a 1 do Atlético-PR sobre o Peñarol no estádio Campéon del Siglo, em Montevidéu. Léo Pereira abriu o placar logo no início da partida, Marcinho ampliou, Nikão confirmou o passeio e Bruno Guimarães deu o golpe final já nos descontos. Cristian "Cebolla" Rodriguez ainda descontou para o Peñarol, mas nada que mudasse o panorama do jogo.
Caracas 0x2 Atlético-PR (Oitavas de final)
O Furacão venceu o Caracas por 2 a 0, na reabertura do Estádio Olímpico de la UCV, na Venezuela, em uma partida tranquila e com amplo domínio rubro-negro. Raphael Veiga brilhou e marcou os dois gols, dando a importante vantagem para a equipe rubro-negra na competição continental.
Atlético-PR 2x1 Caracas (Oitavas de final)
Após a vantagem na ida, o Atlético-PR controlou a partida e foi dominante na Arena da Baixada abrindo o placar com Marcelo Cirino no primeiro tempo. O controle quase completo da partida só foi quebrado nos primeiros minutos do segundo tempo, quando Garcés empatou. Mas teve Renan Lodi em mais uma grande partida, que marcou, deu a vitória e confirmou a classificação.
Bahia 0x1 Atlético-PR (Quartas de final)
Pressão do time mandante, dois gols anulados pela arbitragem e Atlético-PR sorrateiro. Com o apoio da torcida, o Tricolor foi para cima do Furacão do começo ao fim, mas saiu o resultado indesejado. A equipe comandada por Enderson Moreira até balançou as redes de Santos por duas vezes, mas viu a arbitragem anular os dois gols de maneira polêmica. O Rubro-Negro, por sua vez, foi frio e calculista. Pablo, aos 21 jogou um balde de água fria no Bahia com um golaço.
Atlético-PR 0 (4) x (1) 1 Bahia (Quartas de final)
Em um jogo com emoções à flor da pele para os dois lados, o Bahia devolveu o resultado com o gol de Douglas Grolli, no final da primeira etapa. O placar magro de 1 a 0 foi o resultado de uma partida muito brigada, com muita reclamação, mas pouco futebol e que acabou sendo decidida nos pênaltis e por Santos, que defendeu o primeiro pênalti do Bahia cobrado por Vinicius. A pressão desastabilizou Zé Rafael, que bateu para fora e deixou o Atlético-PR com vantagem de dois gols. As cobranças do Furacão foram perfeitas e fechadas por Pablo para definir a vitória do Furacão.
Fonte:https://globoesporte.globo.com