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Publicado em 09/04/2018

 

Gatito estudou três dos cinco cobradores de pênaltis do Vasco: "Uma deu certo"

Preparador de goleiros, Flávio Tênius revela que defesa do título do Botafogo no Carioca estava "prevista". De extrema frieza, paraguaio dá até "dura" na mãe, mas leva "enquadrada" do pai

Especialista na marca da cal, Gatito Fernández venceu o duelo com Martín Silva, chegou a 10 defesas em 19 cobranças com a camisa do Botafogo e prova à cada disputa por pênaltis sua habilidade.

Mas muito do sucesso do paraguaio vem de seus preparadores e demais goleiros do elenco na hora de fazer o dever de casa. Na final do Carioca contra o Vasco, por exemplo, dos cinco batedores cruz-maltinos três haviam sido estudados por eles: Pikachu, Andrés Ríos e Henrique.

Na cobrança de Ríos, Gatito acertou o canto e quase pegou. Mas na de Henrique, que fechou a série, ele voou na bola e garantiu a vitória por 4 a 3 nos pênaltis e o 21º título estadual do Botafogo (veja as cobranças no vídeo acima). Um dos preparadores de goleiros do clube, junto com Paulo Rui e Jorcey Anisio, Flávio Tênius ainda tinha o diferencial de ter treinado Martín Silva no Vasco. Ele tirou o chapéu para o paraguaio nos pênaltis e detalhou o dever de casa:

– Realmente é um fundamento que ele domina bem. A gente tinha algumas informações, mas é aquela coisa: pênalti, na hora jogadores cansados, é sempre uma incógnita. A gente analisou outros, tinha jogadores que não conseguimos nenhum pênalti. Mas Três ali a gente tinha informação, uma deu certo (risos). O Henrique a gente esperava que fosse isso. Mas o Pikachu mudou o lado, o Andrés Ríos bateu do mesmo lado que a gente sabia e fez o gol. É uma situação que não é tão fácil para o goleiro, mas sempre ajuda. E mais uma vez deu certo.

Além da leitura corporal do adversário e do estudo dos cobradores, Gatito também tem um outro aliado importante em sua técnica: a extrema frieza. Chamou a atenção de todos no Maracanã a tranquilidade com que caminhava para o gol a cada cobrador na disputa de pênaltis, mesmo do lado da torcida do Vasco, que fazia muito barulho. Parecia até treino.

– Estava até me sentindo nos treinos um pouco estranho porque não estava tendo pênalti (risos). É um momento único, são segundos onde você está com muita concentração, coração bate forte, tem que ter calma e tranquilidade – explicou Gatito, que de tanta frieza deu até uma "dura" na mãe nervosa, que veio visitar o filho e ainda o colocou para falar com o pai, Gato Fernández, ao telefone:

Falei para a minha mãe, que fica muito nervosa: "Fica tranquila, desfruta do jogo que se Deus quiser a gente consegue esse troféu". Coincidiu de ela estar no Brasil, e ela que fez a ligação para meu pai, que estava acompanhando com a minha irmã no Paraguai. Fico muito feliz porque eles sofrem bastante com a gente.

Com o celular no ouvido no meio do gramado do Maracanã, Gatito também nem parecia estar falando com o pai após ser herói de uma classificação. Voz baixa, expressão tranquila... A calma que lhe é habitual. Questionado sobre o que Gato Fernández lhe falou ao telefone, o goleiro ainda revelou ter levado uma "enquadrada" antes da festa do título:

Ele falou para mim: "Fica com os pés no chão que quinta-feira tem jogo de novo" (risos). Estou entrando na história por causa desse título, mas ainda tenho muito caminho para percorrer. Aos poucos estou querendo fazer minha história dentro do clube, acho que já estou fazendo no Brasil.

Fonte:https://globoesporte.globo.com

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