Nos bastidores, diferentes pessoas do clube dizem que a situação é insustentável, embora uma decisão formal não tenha sido comunicada a Dorival. O técnico balançou em outras ocasiões, mas foi mantido. Agora, ele vive seu pior momento no clube.
Caso a saída se confirme, André Jardine deve assumir como técnico interino. Ele não será efetivado como treinador do São Paulo.
A ideia é colocar em prática com um possível novo treinador o plano de tornar Jardine um auxiliar fixo da comissão técnica profissional. Isso não foi feito antes para não transformar o profissional da base em uma sombra de Dorival.
Campanha pífia no Paulistão
A uma rodada do fim da primeira fase do estadual, o São Paulo lidera o Grupo B e está classificado para as quartas de final. Mas a campanha está bem longe do que a diretoria almejava. São 14 pontos, com quatro vitórias, dois empates e cinco derrotas.
Perder cinco em 11 jogos na primeira fase do Paulistão pesa muito contra o treinador, que também reconheceu se tratar de uma campanha vexatória. Com esse retrospecto, aliás, o Tricolor não estaria na zona de classificação de nenhum dos outros três grupos da competição.
Depois das derrotas para Santos e Ituano, a pressão cresceu muito e houve pedidos de demissão por parte da torcida são-paulina. Havia também insatisfação dentro e fora do departamento de futebol, mas o técnico foi mantido. Na ocasião, no entanto, o diretor-executivo Raí deu carta branca para o técnico fazer o que quisesse no time em busca de melhores resultados.
Na prática, se tratava de uma espécie de aviso para que o técnico melhorasse o rendimento do time, seja qual fossem as escolhas, ou seu futuro estaria em xeque. Mas o que o Tricolor apresentou quando o técnico decidiu apostar em opções de velocidade, sem Nenê e Diego Souza, não empolgou. Isso também piorou a situação.
Falta de reação e oscilação
A avaliação interna é de que o São Paulo não conseguiu na temporada atuações que unissem bom desempenho e resultado positivo durante os 90 minutos, salvo exceções pontuais.
Ora as vitórias não vinham acompanhadas de boas atuações, ora as boas atuações (em parte dos jogos) não se transformavam em vitórias.
Os próprios jogadores têm consciência dessa oscilação e buscavam uma maneira de tornar o time competitivo sem cair de rendimento de um tempo para o outro. Além disso, não há internamente a impressão de que o grupo possui poder de reação.
As escolhas de Dorival para escalar o time no clássico foram questionadas internamente. Embora o técnico esteja recebendo críticas por ter trocado três jogadores de uma só vez no intervalo (entraram Shaylon, Nenê e Tréllez), há também a contestação sobre iniciar o clássico com garotos, como Brenner, deixando atletas mais tarimbados no banco, casos de Diego Souza e Nenê fora.
Além disso, existe a visão de que a característica do jogo pedia um centroavante para segurar a bola na frente, como Diego Souza ou Tréllez, que fez essa função no segundo tempo, e deixar o time sair de trás. Com Brenner, o São Paulo não conseguiu sair da pressão da defesa: a bola batia e voltava, já que o garoto não tem porte físico para fazer o papel de pivô.
Nenhum ponto em clássicos
Até aqui, em 14 jogos na temporadas (11 no Paulistão e três na Copa do Brasil), o São Paulo enfrentou apenas três times que estão na Série A do Brasileirão. Justamente os três principais rivais: Corinthians, Palmeiras e Santos. E o resultado foi o mesmo em todos eles: derrota. O tropeço de quinta-feira, contra o time alviverde, é encarado como a gota d’água. Não só pelo resultado, mas pelo domínio total do rival.
Fonte: https://globoesporte.globo.com